FLUXO GÊNICO EM MILHO SOB DIFERENTES TAMANHOS DE AMOSTRAS E DISTÂNCIAS DE AMOSTRAGEM

Authors

  • NARJARA FONSECA CANTELMO UFLA
  • RENZO GARCIA VON PINHO UFLA
  • EDILA VILELA DE RESENDE VON PINHO UFLA
  • RENATO BARBOSA CAMARGOS UFLA
  • LUIZ PAULO MIRANDA PIRES UFLA
  • IOLANDA VILELA VON PINHO UFLA

DOI:

https://doi.org/10.18512/1980-6477/rbms.v15n2p328-334

Abstract

RESUMO - A preocupação a respeito do fluxo gênico entre lavouras de milho transgênicas e convencionais tem recebi-do cada vez mais atenção no âmbito técnico e político no Brasil. Diante disso, objetivou-se, com este trabalho, estimar o fluxo gênico em lavouras comerciais de milho, bem como estabelecer um tamanho de amostra adequado para estimar a taxa de contaminação por transgênicos nos campos convencionais de milho com o uso de amostragem sistemática. As coletas das amostras foram realizadas em campos de produção de grãos comerciais nos municípios de Itumirim e Madre de Deus, MG, na safra 2010/2011 e na cidade de Ingaí, MG, na safra 2011/2012. Foram coletadas amostras em cinco distâncias do campo convencional em relação ao campo de transgênicos: 5 m, 10 m, 20 m, 50 m e 100 m. Foram também coletados quatro diferentes tamanhos de amostra: 1 espiga, 5 espigas, 10 espigas e 15 espigas em quatro re-petições. Após as coletas, retirou-se de cada amostra uma alíquota de 300 sementes para realização do PCR em tempo real para a estimação do fluxo gênico. Não houve diferença significativa entre os diferentes tamanhos analisados nos três locais. Em Itumirim e em Madre de Deus, também não houve diferença entre as distâncias analisadas; já no campo do município de Ingaí, as amostras coletadas na distância de 10 m apresentaram maior taxa de contaminação. Em todos os campos, a contaminação média ficou abaixo de 1%.

Palavras-chave: Zea may L, transgênico, contaminação.

ANALYSIS OF GENE FLOW IN MAIZE UNDER DIFFERENT SAMPLE SIZES AND SAMPLING DISTANCES

ABSTRACT – The concern about gene flow between transgenic and conventional maize farming has been received increasing attention in technical and political scope in Brazil. Thus, the objective of this work was to estimate the gene flow in commercial maize farms, as well as the establishment of an adequate sample size to estimate the contamination rate by transgenic in conventional maize fields, using systematic sampling. The samples collections were carried out in fields of grain commercial production in the Itumirim and Madre de Deus municipalities, both in Minas Gerais state, in 2010/2011 crop season and in Ingaí, also Minas Gerais state, in 2011/2012 crop season. Samples were collected at five distances between conventional and transgenic field: 5, 10, 20, 50 and 100 m. Four different sample sizes were also collected: 1, 5, 10 and 15 spikes, with four replications. After collection, a portion of 300 seeds of each sample was used in a real-time PCR for the gene flow estimation. There was no statistical difference among the different sample sizes analyzed at the three sites. In Itumirim and Madre de Deus also no statistical difference was observed among the distances analyzed; the samples collected in Ingaí field in a distance of 10 m had a higher rate of contamination by transgenics when compared to the other samples. The average contamination was below of 1% in all fields.

Palavras-chave: Zea mays, transgenic, contamination.

Author Biographies

NARJARA FONSECA CANTELMO, UFLA

Engenheira Agrônoma formada pela Universidade Federal de Lavras (UFLA). Durante a graduação fui aluna de iniciação científica por dois anos no departamento de Ciências exatas, sob orientação do professor Daniel Furtado Ferreira e, posteriormente, aluna de iniciação científica no departamento de Ciências do Solo sob orientação do professor Marx Leandro Naves Silva. Fui estagiária da empresa Monsanto do Brasil, passando por diversas áreas dentro da empresa e posteriormente contratada como Analista do Laboratório de Pureza Genética da mesma empresa, atuando nas áreas de testes PCR e ELISA para identificação de transgênicos, sendo também responsável pelo sistema de gestão de qualidade e representante da CIBio no Laboratório. Mestre em Agronomia/Fitotecnia, pela Universidade Federal de Lavras, na grande área de produção vegetal tendo trabalhado no mestrado com Fluxo Gênico na cultura do milho e testes para identificação de organismos geneticamente modificados em milho. Atualmente, doutoranda em genética e Melhoramento de Plantas, trabalhando com predição de híbridos simples de milho.

RENZO GARCIA VON PINHO, UFLA

é formado em agronomia pela ESAL (Escola Superior de Agricultura de Lavras) em 1987 e possui mestrado (1990) e doutorado (1998) em Genética e Melhoramento de Plantas. Tem experiência na área de Agronomia, com ênfase em melhoramento genético do milho e fitotecnia (manejo e práticas culturais). Trabalhou durante vários anos na iniciativa privada na área de melhoramento genético vegetal onde desenvolveu várias cultivares de milho que foram ou são amplamente utilizadas pelos agricultores em várias regiões do Brasil. É Professor Associado 4 do Departamento de Agricultura da UFLA desde 1997 desenvolvendo atividades acadêmicas, de pesquisa e de extensão com a cultura do milho. É bolsista de produtividade em pesquisa nível 1 B do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. É lider do grupo de pesquisa "Manejo e Produção de Grandes Culturas" cadastrado no CNPq. Coordena vários projetos de pesquisa na área de melhoramento genético e manejo e tratos culturais na cultura do milho, o que já gerou a publicação de mais de 135 artigos científicos em revistas nacionais e internacionais e a orientação de mais de 50 estudantes de mestrado, 15 de doutorado, e mais de 60 estudantes de graduação. Éi consultor da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais, CNPq, Revista Brasileira de Milho e Sorgo, Pesquisa Agropecuária Brasileira, Revista Brasileira de Milho e Sorgo, Revista Ceres, Ciência Rural , Ciência e Agrotecnologia, entre outras. É sócio da empresa Geneseeds Recursos Genéticos Ltda, onde realiza pesquisas para o desenvolvimento de novas cultivares de milho. Recebeu no ano de 2006 do governador do Estado de Minas Gerais a Comenda Antônio Secundino de São José, que é uma das mais importantes honrarias concedidas no Estado a pessoas que se destacaram pelos serviços prestados ao Estado e ao País. Entre fevereiro de 2008 e fevereiro de 2012 foi membro da Câmara de Agricultura da FAPEMIG, onde participou da avaliação e julgamento de projetos de pesquisa e de outras solicitações de professores e pesquisadores do estado de Minas Gerais.

EDILA VILELA DE RESENDE VON PINHO, UFLA

Possui graduação em Agronomia pela Escola Superior de Agricultura de Lavras ? ESAL (1987), onde foi homenageada na sua colação de grau pelos bons serviços prestados à ESAL durante o curso de graduação. Mestre em Agronomia (Fitotecnia) pela Escola Superior de Agricultura de Lavras ? ESAL (1991) e doutora em Fitotecnia/Ciência e Tecnologia de Sementes pela ESALQ/ Universidade de São Paulo (1995). Trabalhou na Iniciativa privada nas Empresas Sementes Cargill Ltda., Algodoeira Triângulo e Cooperativa Agrícola de Cotia na área de Produção e Tecnologia de Sementes. Iniciou sua carreira no magistério em 1991 no Instituto Superior de Ensino e Pesquisa de Ituiutaba- MG. Ingressou na Universidade Federal de Lavras em 1996, onde é professora Titular do Departamento de Agricultura e ministra aulas na disciplina de Produção e Tecnologia de Sementes no curso de graduação em Agronomia e na pós-graduação nas disciplinas de Produção e Tecnologia de Sementes, Biotecnologia Aplicada a Sementes, Tópicos Especiais em Sementes e Pesquisa Orientada em Sementes. No período de 2000 a 2004, foi membro da Coordenadoria dos Programas de Iniciação Científica e assumiu a coordenação desta de 2004 a 2008, foi vice-coordenadora do Programa de pós-graduação em Agronomia/Fitotecnia no período de 2004 a 2008, coordenadora e membro do comitê gestor para a Implantação do Parque Tecnológico do Município de Lavras, coordenadora do Núcleo de Inovação Tecnológica - NINTEC de 2008 a 2010 e Pró-Reitora de Pesquisa de 2008 a 2010. Em 2006 foi membro da Câmara de Assessoramento de Ciências Agrárias da FAPEMIG. Foi Assessora do Reitor para o Desenvolvimento Acadêmico no periodo de 2010 a 2011. Atualmente é vice-reitora da Universidade Federal de Lavras. Atua na área de Agronomia, com ênfase em Produção e Beneficiamento de Sementes e Biotecnologia Aplicada a Sementes. É líder do grupo de pesquisa do CNPq em Produção, Tecnologia e Patologia de Sementes. Orienta estudantes dos Programas de Iniciação Científica, Bic-Júnior (ensino médio) e graduação, e ainda estudantes de Mestrado e Doutorado nos programas de pós-graduação em Agronomia /Fitotecnia e de Biotecnologia Vegetal da UFLA. Co-orienta nos programas de pós-graduação em Agronomia/Genética e melhoramento de plantas da UFLA e no programa de Produção Vegetal da UNESP/Jaboticabal. É bolsista de Produtividade em Pesquisa nível 1C do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq. É membro de Comitê Assessor de várias revistas científicas. Coordena vários projetos de pesquisa na área de Produção e Tecnologia de Sementes e Biotecnologia Aplicada a sementes. Participou diretamente da elaboração da proposta para a criação do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia do Café com sede na UFLA e, atualmente, participa do comitê gestor deste instituto. Publicou mais de 100 artigos científicos em revistas nacionais e internacionais, mais de 300 trabalhos em congressos científicos no Brasil e no exterior. É consultora da FAPEMIG, CNPq, CAPES, FINEP no programa CT-INFRA e de vários órgãos no estado e no Brasil. Foi professora homenageada pelos formandos do Curso de Agronomia nos anos de 1998 e 2005 e paraninfa dos formandos dos cursos de Agronomia e Engenharia Agrícola 2010. Recebeu a homenagem ?Antônio Secundino de São José? no ano de 2010. Foi homenageada como colaboradora benemérita pela polícia Militar do Estado de Minas Gerais no ano de 2013.


RENATO BARBOSA CAMARGOS, UFLA

Possui graduação em Agronomia e mestrado em Genética e Melhoramento de Plantas pela Universidade Federal de Lavras. Atualmente é aluno de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Fitotecnia dessa mesma Universidade e bolsista da CAPES. Tem experiência no controle químico, alternativo e genético de doenças fúngicas, manejo de grandes culturas e melhoramento genético do milho.

LUIZ PAULO MIRANDA PIRES, UFLA

Engenheiro Agrônomo formado pela Universidade Federal do Tocantins (UFT); fez parte do Programa de Pesquisa em Genética e Melhoramento de Plantas para Adaptação a Estresses Bióticos e Abióticos, sendo bolsista no projeto Classificação de genótipos de soja, quanto á eficiência de uso e resposta de fósforo no cerrado tocantinense. Início: 2009. As atividades de pesquisa foram concentradas na área de Agronomia, com ênfase em Melhoramento Vegetal e Fitotecnia, atuando principalmente nos seguintes temas: Glycine max (L.), eficiência nutricional, Manejo e tratos culturais e desenvolvimento de cultivares de Soja. Tem Mestrado em Genética e Melhoramento de Plantas pela Universidade Federal de Lavras (UFLA) (2011 - 2013), atuando principalmente com aplicações de genética quantitativa no melhoramento do feijoeiro e condução do programa de seleção recorrente para obtenção de cultivares de feijoeiro com arquitetura ereta de plantas. Atualmente, doutorando pela Universidade Federal de Lavras em Fitotecnia - área de concentração: melhoramento de plantas e grandes culturas, atuando principalmente nos seguintes temas: avaliação de cultivares, melhoramento genético de milho, manejo e tratos culturais, obtenção e avaliação de híbridos experimentais de milho e avaliação e seleção de linhagens através de top crosses de milho, modelagem e quantificação da interação genótipos por ambientes. É membo vice presidente do Grupo do Milho - UFLA, onde realiza trabalhos de multiplicação de linhagens por polinização manual, coleta de dados, análise e elaboração de relatórios de dialelos completos e parciais, produção de sementes de híbridos experimentais e trabalhos de duplo haplóides, participa do Núcleo de Estudos em Milho e Sorgo - UFLA, além de membro presidente do Núcleo de Estudos em Estatística Genômica - DEX - UFLA desde 2013, onde desenvolve trabalhos de modelagem estatística do efeito da epistasia na expressão de caracteres quantitativos.

IOLANDA VILELA VON PINHO, UFLA

Possui graduação em Agronomia pela Universidade Federal de Lavras (2014) e atualmente é mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em Genética e Melhoramento de Plantas pela mesma instituição, sob a orientação do professor Magno Antonio Patto Ramalho. Tem experiência na área de Agronomia, com ênfase em genética quantitativa no melhoramento de plantas e melhoramento genético de plantas

Published

2016-07-21

How to Cite

CANTELMO, N. F., VON PINHO, R. G., VON PINHO, E. V. D. R., CAMARGOS, R. B., PIRES, L. P. M., & VON PINHO, I. V. (2016). FLUXO GÊNICO EM MILHO SOB DIFERENTES TAMANHOS DE AMOSTRAS E DISTÂNCIAS DE AMOSTRAGEM. REVISTA BRASILEIRA DE MILHO E SORGO, 15(2), 328–334. https://doi.org/10.18512/1980-6477/rbms.v15n2p328-334

Issue

Section

Scientific Paper

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